Depoimento Pessoal

A dimensão etimológica da expressão depoimento pessoal remete a testemunho individual, particular, íntimo, sobre alguma experiência vivenciada pelo indivíduo e que pode ter ocorrido de forma participativa ou observada. No contexto das artes cênicas, podemos considerar o depoimento pessoal enquanto princípio de criação, haja vista sua utilização como eixo norteador em procedimentos como as improvisações e workshops. A princípio, podemos considerar então, a ideia de uma cena com forte teor pessoal, onde as experiências, memórias e subjetividade do ator são os eixos norteadores para a proposição e realização das ideias encenadas. Apesar deste enfoque de pessoalidade no trabalho do ator adquirir maior destaque e visibilidade a partir da segunda metade do século XX, Constantin Stanislavski (1863-1938) já preconizava, sob a perspectiva de um teatro naturalista, a associação das experiências e vivências pessoais com as características dadas da personagem, no processo de criação do ator, o que em seu sistema era chamado inicialmente de memória afetiva e após um período de experimentação e estudos sobre o ofício do ator, é associado à ideia de ações interiores. Nesse caso, o trabalho do ator consiste em, partindo de suas memórias históricas e afetivas, compreender a personagem em todas as suas dimensões, e após um período de treinamento, passe a vivenciá-la de maneira que a personagem fictícia se sobreponha ao ator.

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